segunda-feira, 19 de abril de 2010

Distúrbios de aprendizagem preocupam pais e educadores


É comum ouvir reclamações nas escolas de alunos agitados, que não prestam atenção nas aulas ou apresentam notas baixas. Mas é necessário ficar atento para saber se a criança tem ou não algum problema mais sério, um distúrbio de aprendizagem, que necessite de acompanhamento médico especializado.

O assunto é bastante discutido entre educadores e pais de alunos. Os distúrbios de aprendizagem são exatamente as dificuldades no aprendizado, tanto na leitura como na escrita, ou mesmo de memorização. Podem se apresentar de diversas formas, sendo as síndromes mais comuns a dislexia – que é uma alteração neurológica no cérebro e precisa ser diferenciada de outros transtornos -, TDHA (Transtorno de Déficit de Atenção), hiperatividade, processamento auditivo ou visual.

Uma criança que tenha qualquer uma destas síndromes pode apresentar inúmeras dificuldades. Não necessariamente estas síndromes vêm acompanhadas de baixa inteligência, mas sim de falhas no processo de compreensão do texto ou da leitura.

A fonoaudióloga especialista em distúrbios de aprendizagem, Thâmara C. Araújo Souza Baia, exemplifica que alterações por parte auditiva “incluem problemas como baixa capacidade de interpretação de textos e de comunicação via escrita. Tais síndromes também apresentam dificuldades como troca de letras na escrita e dificuldade de memorizar regras gramaticais, tabuadas e outras”. Mas enfatiza que em uma comunicação oral, uma pessoa que apresente alguma destas síndromes não tem dificuldade em se expressar ou mesmo desenvolver um bom argumento.

Identificando e tratando o problema

As deficiências de aprendizado ficam mais aparentes entre os 7 e 14 anos, que é o período em que a criança se encontra no processo de alfabetização.

Normalmente é identificável inicialmente nas escolas, com o acompanhamento diário de um educador, mas uma mãe atenta, que auxilia a criança nas lições de casa, também percebe.

Além das dificuldades de aprendizado, a criança pode passar, em alguns casos, a criar uma aversão à escola. “Por não conseguir assimilar o conteúdo e acompanhar os outros alunos, ela pode criar uma aversão à escola, se isolando ou mesmo mascarando o problema, vindo a ser mais agitada”, comenta Thâmara.

O tratamento necessita do acompanhamento de um grupo de profissionais como fonoaudiólogos, psicopedagogos, psicólogos, pedagogos e mesmo terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas psicomotricista, de acordo com cada caso. Segundo a pedagoga Regina Luiz Terribili Santos, “os tratamentos colaboram muito para minimizar ou até mesmo extinguir certos distúrbios de aprendizagem”.

Dislexia

Muito falada atualmente, a dislexia está associada a algumas alterações do cérebro e muitas das vezes a pessoa apresenta uma função diminuída da parte visual. Seu tratamento também deve ser feito em parceria com um fonoaudiólogo e um psicopedagogo e acompanhamento neurológico. Regina comenta que “esta criança ou adolescente se não estiver engajada em uma boa escola que conheça as questões que o impede de aprender certamente sofrerá consideráveis prejuízos”.

Novas alternativas estão surgindo para minimizar o problema, como os óculos adequados às necessidades da dislexia, mas ainda em fase experimental. Porém, Thâmara afirma que, mesmo amenizando o problema, os óculos não funcionam como uma solução para o disléxico. “Ainda assim é necessário desenvolver todas as habilidades do cérebro para uma leitura e escrita”.

Curiosidade

De acordo com a Associação Brasileira de Dislexia, pessoas como a escritora Agatha Christie, os cientistas Albert Einstein e Charles Darwin e os artistas Leonardo DaVinci e Pablo Picasso também eram disléxicos.

educacao.ig.com.br

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